Jurupari


Segundo os primeiros colonizadores portugueses, antes mesmo de eles chegarem ao Brasil o Diabo já reinava com plena soberania em todas as nossas matas. Disfarçado sob o pseudônimo de Jurupari, era ele quem arrastava para o inferno os silvícolas, algo que só começou a ter fim quando Cabral desembarcou em nossas praias trazendo consigo a Cruz Redentora.

Segundo a maioria das versões indĂ­genas, o Jurupari Ă©, de fato, uma entidade malĂ©fica, cujo âmbito de ação predileto Ă© o pesadelo – segundo algumas fontes, seu prĂłprio nome, Jurupari, significa “o que vem ao leito” –, o que nĂŁo implica dizer que ele seja necessariamente o Diabo dos cristĂŁos.
Existe uma segunda versão que coloca o Jurupari como uma espécie de legislador divino benéfico. Segundo essa mesma versão, Jurupari seria filho do Sol e de uma virgem, tendo vindo ao mundo com a missão de procurar uma esposa para o pai.

Mas a versão mais popular continua a situar o Jurupari como um deus maléfico, antítese de Tupã, espécie de espírito do trovão, que os jesuítas também falsearam, transformando-o no Deus do catecismo.
Quanto ao seu aspecto, ninguém até hoje se preocupou em lhe dar uma forma precisa. Alguns ilustradores modernos, na falta de dados mais precisos, costumam pintá-lo como um ser coberto de folhas ou de flores, uma vez que ele provém das profundezas das matas.

Como quase tudo, porém, nas florestas está associado também às aves, Jurupari não escapou de ter uma ligação estreita com elas. Os tupinambás, por exemplo, acreditam que ele mantinha relações sexuais frequentes com certas aves de mau agouro, e que elas depois chocavam os seus ovos.

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