Amor Proibido

Há muitos anos, em uma pequena vila cercada por densas florestas e montanhas enevoadas, vivia um jovem casal apaixonado: Elias e Helena. Ele, um humilde carpinteiro, e ela, filha do homem mais rico da região. O amor entre os dois era puro, mas condenado desde o início, pois o pai de Helena jamais aceitaria que sua filha se casasse com alguém tão pobre.

Desesperados, Elias e Helena decidiram fugir. Marcariam encontro na Colina Sombria, um lugar evitado pelos aldeões devido às histórias de espíritos que ali vagavam. Mas o medo do sobrenatural não era nada comparado ao pavor de serem separados para sempre.

Na noite da fuga, sob uma lua pálida e encoberta por nuvens, Helena correu em direção à colina. Porém, seu pai descobriu seu plano e enviou seus homens para impedir a fuga. Elias, já esperando sua amada no alto da colina, avistou as tochas e ouviu os gritos de perseguição. Quando Helena finalmente chegou até ele, ofegante e com lágrimas nos olhos, eles se abraçaram forte, sabendo que não tinham escapatória.

Os homens chegaram logo depois, trazendo consigo a sentença cruel: Elias seria morto ali mesmo, diante de Helena, para servir de exemplo. Sem hesitar, um dos capangas cravou uma lâmina no peito do rapaz, que caiu de joelhos, segurando a mão de sua amada uma última vez.

Desesperada e sem mais nada a perder, Helena tomou a adaga do chão e, com um grito cortante, cravou-a em seu próprio coração, caindo sobre o corpo de Elias. Os aldeões ficaram horrorizados. O pai de Helena, consumido pelo remorso, nunca mais foi visto na vila.

Desde aquela noite trágica, diz-se que, em noites de lua cheia, é possível ver dois vultos abraçados no topo da Colina Sombria. Alguns afirmam ouvir sussurros carregados pelo vento, como promessas de amor eterno. E aqueles que ousam subir até o topo juram sentir um frio inexplicável e o peso de uma tristeza sem fim.

A lenda avisa: os Amantes da Colina Sombria ainda vagam por lá, presos entre o mundo dos vivos e dos mortos, eternamente juntos… mas sempre à beira do abismo.